Boas! Cansados de apanhar, os tradicionais emos sofreram uma mutação, conforme matéria da Folha de São Paulo:
emos sob ataque
Tribo está sendo perseguida no mundo todo, do Reino Unido ao Peru; mas, afinal, qual o problema ser emo?
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
No último sábado de maio, aproximadamente 300 emos foram às ruas de Londres protestar contra o tablóide britânico "Daily Mail". O jornal acusou o movimento de ser o responsável pelo suicídio de Hannah Bond, de apenas 13 anos.
Segundo o "Daily", após "se tornar" emo, a adolescente fez cortes nos pulsos, seguindo o que teria sido um ritual de iniciação emocore.
O tablóide também afirma que bandas como My Chemical Romance, que em outubro de 2006 teve a faixa "Welcome to the Black Parade" (bem-vindo ao desfile negro) em primeiro lugar nas paradas inglesas, incitariam comportamentos suicidas nos jovens.
A acusação, no entanto, não é novidade. Em outros tempos, adultos já culparam hippies, punks e góticos por influenciar negativamente os adolescentes e levá-los a adotar posturas indesejadas. Porém, além dos atritos entre gerações, o que se vê atualmente são outros jovens atacando os também jovens emos.
No Chile, skinheads distribuíram socos e pontapés nos adeptos do estilo, enquanto no Peru, anarcopunks seqüestraram um adolescente emo, após baterem em sua turma. No México, cansados de tantos ataques, os jovens se organizaram manifestações pelo direito de ser emo e de viver em paz.
Embora não tenham feito nenhuma manifestação pública no Brasil, o país também é considerado intolerante com os jovens emotivos. Segundo o jornal inglês "The Times", os adolescentes emos brasileiros são considerados gays, anti-sociais e esquisitos. "Eles não parecem gente. Eles se excluem da sociedade. Eles têm a mente fechada, são radicais e fanáticos", disse uma brasileira.
Cansados de serem alvo de ataques homofóbicos e preconceituosos, muitos emos abandonaram o visual deprê e passaram a se autodenominar "From UK". Como já diz o nome, os "do Reino Unido" se espelham na juventude britânica para criar um visual mais ousado e adotar atitudes mais expansivas.
Ao contrário dos emos tradicionais, o novo estilo, também chamado de "emo de luxo", valoriza cores, escarpins e também admite bandas indies e mais pesadas. Espera-se também, que traga mais paz aos jovens sofredores.
(JULIANA CALDERARI)